
Cronicamor
Tempo de primavera em Miami. Os pássaros fazem uma barulhada infernal. É tempo de fazer amor, tempo de ser feliz e aproveitar a luz e o calor. Penso e sinto todo este clima e decido escrever uma crônica sobre o amor.
O amor é como o vento... tem horas que sopra forte, sem parar... tem horas que sopra fraco e quase não sentimos que está ali... tem horas que para de soprar e pensamos que não existe.
E como o vento, o amor é cheio de carícias, fortes e fracas, suaves e continuadas, fáceis de perceber e sentir ou impossíveis de se acreditar.
“Vamos voar juntos”, parece nos dizer às vezes, nos convidando a abandonar tudo e sair vendo um mundo novo, embalado pela sua presença e sua força. Como o amor, o vento traz carícias para o coração, um simples toque seu pode criar sons, estranhos como o do “mandalei” ou fortes como a batida repetida de nosso coração.
Até a felicidade vem com o vento do amor, chega inesperada e parte de repente, e vai e volta. E, assim, numa ciranda sem fim, nos acompanha por toda a vida. E nos encanta quando a tristeza está muito grande, e nos enche de risos e ruídos quando está presente.
Amantes têm de ser companheiros do vento, caminhar por seus caminhos e não ter medo de se perder, por aqui ou por ali, procurando sempre a luz e a flor, o mar e a natureza, a beleza.
Como o vento, o amor deixa recados: - Você é minha alegria e meu sofrimento.
Não tente nada explicar. Apenas goste de mim.
Vamos juntos, não importa para onde nem como. Vamos, simplesmente, juntos pelos caminhos do vento e, quando chegarmos ao fim, as nossas lembranças vão acariciar nosso coração e jamais seremos sozinhos.
Seremos simples passageiros do amor.