
Limites, mídia e atualidades
Aos poucos estamos nos adequando ao momento atual quando a questão é o limite. Mas qual tipo de limite? Aquele que precisamos estabelecer nas relações entre homens e mulheres.
Assunto cada vez mais presente e necessário de ser discutido hoje, o limite passou de ser algo utópico, aquela apenas da boca pra fora. Num mundo vigiado por câmeras, smartphones e redes sociais, nada mais passa despercebido. E quando o assunto é limite, não costuma-se mais "passar pano" pra ninguém!
Constantemente lemos por aí a expressão "não é não". Ou seja, quando alguém diz não, bem sonoro ou mesmo uma simples negação, é não e pronto. Algumas pessoas acreditam que um não mais tímido seria vergonha apenas de dizer sim. E na maioria das vezes isso não é verdade! E isso serve para homens e mulheres! O assédio também é praticado por mulheres, ainda que minimamente.
As relações corporativas entre homens e mulheres podem acabar em conflitos por causa de assédio. A posição de poder, do homem ou da mulher influencia negativamente a relação de abuso. As pessoas se sujeitam a absurdos para manter seus cargos e empregos, aturando abusos de todas as formas: sexuais, preconceituosos, assédio moral, assédio virtual, bullying, e muitos outros. Pelo clima da empresa, pela preservação do salário e do cargo, pelo bem estar dos colegas, as pessoas acabam deixando passar alguns tipos de assédios e abusos. Outros são tão gritantes e evidentes que rapidamente são denunciados.
Antes, denunciar abuso e assédio era como ver um filme, com microfones escondidos, pessoas à paisana, uma verdadeira operação militar. Agora até o smartwatch pode gravar uma conversa, o celular registra imagens. E se cair nas redes, pode saber que o bicho vai pegar! Uma brincadeira boba pode ser interpretada por assédio. Uma tentativa de beijo pode levar a muitas reclusões e consequências!
E a balada continua firme e forte com a turma tentando de tudo para beijar alguém. As festas com bebida liberada, festivais de cerveja e open bar viram terrenos caóticos para os casos de abusos. Lembre aí você, quantas vezes já vimos ou mesmo tentamos beijar alguém numa festa que não quis e ficou por isso mesmo. Talvez até o uso da força, um abraço apertado, aquela coisa de segurar o queixo da menina a força para tascar um beijão na boca dela. É tão comum que nem prestamos atenção.
Vamos chegar ao tempo em que sair para lugares onde homens e mulheres querem flertar, será algo tenso, pois todos estarão receosos com as atitudes alheias e com medo de agir e passar dos limites. Vamos voltar aos tempos antigos que o namoro se dava apenas em encontros e no máximo pegando a mão do outro? E depois que o sinal verde abrir é que a coisa acontece? Ou então vamos entrar num sistema organizado onde apenas a mulher dará o sim inicial para que algo aconteça entre duas pessoas?
Essa enxurrada de denúncias de abusos e assédios, com certeza, trará novas atitudes e etiquetas de comportamento. Para que as pessoas possam ficar seguras mesmo em ambientes cheios. Antes de tocar em alguém, precisamos ter conhecimento se este toque é recíproco. Na verdade isso sempre foi necessário, porém quase nunca respeitado.
E chegando nesse momento delicado, onde homens e algumas mulheres estão perdendo posições, provas, recursos, cargos, empregos, realities, por abuso sem questionar a vontade do outro, as coisas vão precisar se ajustar. Para que o convívio seja agradável, para que as pessoas aprendam a respeitar o corpo e a vontade das outras. Assim como hoje nos causa estranheza alguém jogar uma lata de refrigerante pela janela do carro, vai chegar o momento em que um toque abusivo será igualmente chocante. Caminhamos para isso!
Também tem muitas pessoas que não sabem o que é limite, daí tem que arcar com as consequências. Eu mesmo nunca tive problemas com as mulheres,sempre as tratei de forma respeitosa.Assim você fica em ótima sintonia consigo mesmo e preserva a amizade que é muito importante nos dias de hoje.