
A moda das coisas
E então fiquei com isso na cabeça, até porque já estamos mudando de estação e normalmente é época de transição de saúde. Mas assim como sushi em quantidade não está mais no auge dos seus dias, perdendo o posto para o poke e para os restaurantes considerados premium de sushi de alta qualidade, as nossas doenças acabam passando por ciclos de contágios que surgem fortemente com o convívio social (claro que dizer que a doença está na moda é apenas eufemismo).
Quem não tem aquele amigo ou parente que adora citar a sua lista de enfermidades quando você diz estar com problemas de saúde, não é mesmo? Ou então se você é esta pessoa já sabe que a coletividade faz parte dos chamados ciclos de contágios, que é aquela ideia de muitas pessoas pegarem o mesmo vírus/doença porque estão em contato direto e haver uma leva do mesmo caso. Porém, é inegável que alguns males apareçam mais que outros em determinado momento e claro, parece ser uma tendência. E aqui a palavra tendência é no significado de tender, de direção, e não de inclinação e escolha.
Outra coisa bem engraçada e tendenciosa é a raça de cachorro. Apesar de haver uma grande mobilização para a adoção de cães que foram abandonados (e acho o máximo isso), as raças de cães ainda são fortes no mercado e elas vão mudando. Estamos saindo da onda do golden retriever e do spitz alemão e entrando (novamente) no husky siberiano. Os cachorros com jeitão de lobo voltaram "à moda", como o samoieda é o border collie com pelagem pintada e olhos coloridos. O cachorro de corrida que pode ser conhecido como galgo inglês (e sua versão mini, o whippet) também voltaram a aparecer. Se alguém ainda souber de um poodle ou pinscher para venda e adoção, é uma verdadeira raridade. Passamos pelo labrador (na época do famoso filme do Marley), pelos peludinhos com olhos maiores (que substituíram os antigos cachorros da raça pequinês) e raramente vimos um pastor alemão e um doberman. Cool mesmo é o vira-latas caramelo!
O fone de ouvido com fio e o headphone (aquele grandão na cabeça) são coisas antigas que voltaram à moda. Assim como a vitrola e toca-discos viraram acessórios modernos para se ter em casa e os sofás antigos (e caríssimos) de couro. Logo os celulares irão oscilar nessa louca onda de tendência. Sim, a tendência é estudada por profissionais da área como uma onda, e a sua crista é a massificação, assim como seu declínio se chama hibernação. Ou seja, fica ali dormindo por um tempo e depois volta.
E você, o que gostaria que retornasse à moda?